Estudante de comunicação lança podcast e faz sucesso entre os celíacos

Kethleen Formigon, aluna do curso de Rádio, TV e Internet da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mergulhou no desafio de produzir um documentário, atividade para uma disciplina da faculdade. O que era um simples trabalho da graduação acabou virando um projeto multiplataforma, com destaque para o podcast, que tem feito sucesso entre celíacos e simpatizantes da temática dedicada às desordens causadas pelo glúten.

Resultado de muita pesquisa em materiais publicados e em campo, entrevistas com especialistas e celíacos, Kethleen atravessou altos e baixos durante o processo, e também utilizou-se da experiência pessoal. O documentário “Não Contém Glutén”, reconhecido pela UFJF, que conta com 23 minutos e quatro personagens em seu enredo, fez e continua fazendo a diferença na vida de muitos espectadores.

O projeto ‘Não Contém Glúten’

Depois de apresentar o documentário e, feliz pela repercussão, Kethleen, que ainda cursa a graduação, já tem a ambição de uma profissional e, por isso, partiu para algo maior. A ideia de explorar a possibilidade de uma ampla abordagem por meio de um projeto multiplataforma, agora com mais conhecimento sobre o assunto, visa abranger o máximo de pessoas e conscientizar a sociedade como um todo.

Podcast

Hoje, Kethleen descreve o podcast do projeto ‘Não Contém Glúten’ como seu ‘xodó’, e se diz muito satisfeita pela produção, por conta de todo o cuidado – técnico, teórico e prático – com cada detalhe e seu ineditismo. A primeira temporada é bastante informativa e conta com a participação de um dos maiores nomes no Brasil em doença celíaca: dr. Fernando Valério, médico da capital paulista.

Quem é Kethleen Formigon?

Criadora do primeiro projeto multiplataforma do país sobre a doença celíaca e produtora do documentário “Não Contém Glúten”, Kethleen atualmente trabalha com Comunicação e Marketing; é produtora de conteúdo, on-line e off-line em vídeo, texto, podcast e postagens para as plataformas e rede sociais; gerenciamento de mídias, fotógrafa e filmaker; roteirista e apresentadora.

A comunicadora passou maus momentos desde o seu nascimento até que, com apenas três anos de idade, correndo risco de morte, foi diagnosticada como celíaca. A família trilhou um caminho bastante difícil até esse diagnóstico, com idas e vindas a hospitais, médicos, exames, em meio a um cotidiano ainda com glúten. Esse processo tomou outro rumo com o diagnóstico, mudou a vida de todos da família – seu pai, mãe, irmãs – diante da seriedade do problema e do que deveriam – juntos – fazer a partir de então.

Aos 21 anos de idade, com seu histórico profissional, já na faculdade e diante do desafio de produzir um documentário para uma das disciplinas do curso de Rádio, TV e Internet da UFJF, contou um pouco ao Prato Livre sobre sua vontade de produzir conteúdo voltado à doença celíaca.

“Eu queria muito fazer, mas não tinha o dinheiro pra isso. No ano passado, a ideia se fortaleceu na minha cabeça. Eu estava em um momento que eu queria falar sobre doença celíaca. Se alguém me oferece alguma coisa, hoje eu falo que sou celíaca, explico e me abro para responder às dúvidas das pessoas. Antes, eu não sabia, nem falava sobre”, conta.

A fim de conscientizar e prestar um serviço que não parasse ali, como um simples trabalho de faculdade, Kethleen arregaçou as mangas, formou uma equipe de produção e edição, buscou apoio e deu o seu melhor para sair da superficialidade e da desinformação com esta produção.

“Quando surgiu a disciplina Direção de Documentário, eu quebrei a cabeça sobre vários temas. Por fim, entendi que falar sobre a doença celíaca seria minha melhor escolha. As pessoas precisam entender o que é e que não é frescura. Comecei toda a pesquisa fui descobrindo muitas coisas. Eu fiquei muito feliz e aprendi demais. Com esse projeto, meu caminho foi se abrindo”, reforça.

Doença celíaca, uma realidade dura e mal compreendida

Muitos celíacos sequer possuem um diagnóstico correto ou têm consciência da sua gravidade. Muitos celíacos pouco sabem ou nada sabem sobre o que é e como tratá-la para obter a tão desejada qualidade de vida. Devido à falta e à não democratização da informação, quem possui desordens relacionadas ao glúten muitas vezes desconhece que, até mesmo os cosméticos, por exemplo, podem conter a proteína, e que esta não é uma exclusividade dos alimentos. A ajuda médica, o acompanhamento, os exames periódicos e o tratamento são essenciais.

A família, por sua vez, sofre junto com o celíaco e, muitas vezes, também não compreende o que fazer diante do diagnóstico, não sabe ajudar, ou se limita a criticar. A doença, apesar de não ter cura, é tratável com a retirada do glúten, a extinção da contaminação cruzada e o acompanhamento médico e nutricional necessários.

No Brasil, ainda, muitos médicos desconhecem o quadro dessa doença autoimune e crônica. Médicos que fazem uma leitura muito rasa dos sintomas e acabam não identificando o problema, que pode se manifestar tanto em crianças, quanto na fase na adulta. Sem falar na falta de suporte da saúde pública, isso quando existe. O atendimento é precaríssimo. Estes são apenas alguns exemplos que afirmam e reafirmam como a informação é vital.

Diante dessa realidade, por tudo o que Kethleen viveu, vive e absorveu ao longo de todo o projeto, almeja crescer, ampliar a plataforma, a equipe de produção de conteúdo, audiovisual e outros profissionais, ter uma frequência de publicação maior e, finalmente, mergulhar em sua paixão por conteúdo web, colocando em prática o aprendizado, abrir frentes de trabalho e contar com parcerias, patrocinadores, apoiadores, apreciadores e interessados no assunto.

Campanha de Natal do projeto Não Contém Glúten

Se você é celíaco, participe da pesquisa do projeto Não Contém Glúten. O principal objetivo da campanha será a conscientização social sobre a inclusão de celíacos nas festas de Natal. Acesse, saiba mais e preencha o formulário.


Clique aqui, conheça mais sobre o projeto, a profissional e seu podcast.
O “Não Contém Glúten’ também está no Instagram em @naocontemglutendoc

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